A vertente do tuning tomou as ruas do Brasil com a chegada
do filme “Veloses e Furiosos” às telas
do cinema. Antes disso apenas um ou outro entusiasta se
atrevia a modificar mais profundamente a carroceria e
estrutura do veículo em busca de algo que desse
sua personalidade ao veículo. Diogo Elesbão
é um desses que, mbalado pelo filme, resolveu contar
com a ajuda e apoio de seu pai para transformar um Chevrolet
Omega 2.0 em um extreme tuning.
Na oficina da família, a Peixoto Auto Service
em Goiânia-GO, Diogo e seu pai Carlos literalmente
colocaram a mão na massa para modificar diversas
características daquele que fora outrora um sedan
familiar de aparência pacata. “A idéia
inicial era fazer um Omega vermelho com suspensão
a ar para divulgar a loja do meu pai, mas aí o
carro começou a mudar, mudar...” –
diz Diogo com uma ponta de sorriso. Ao longo do projeto,
diversas outras empresas apoiaram as modificações
do veículo com peças e serviços.
Inicialmente percebe-se a mais marcante das modificações:
Os faróis foram adaptados do VW Bora e contam com
um kit xenon de 10.000k com uma leve afilada por conta
do capô estilo bad-boy. Na traseira as lanternas
da Ford F-150 SVT modelo Altezza foram incrustadas na
traseira que teve a tampa do porta-malas alisada, perdendo
o espaço da placa que foi deslocada para o pára-choque
em fibra de vidro que ainda recebeu duas ponteiras X-Race.
O porta-malas recebeu um pequeno aerofólio da versão
CD que foi embutido à tampa. O pára-choque
dianteiro foi inspirado no desenho da BMW M3 CLS Concept
e recebeu recortes nas laterais. As laterais perderam
suas maçanetas e frisos, deixando o carro completamente
liso. Para que se abram as portas, só com o controle
remoto. As caixas de roda receberam uma leve alargada
para que mesmo com a suspensão a ar completamente
vazia fosse possível rodar com o carro. O bocal
de abastecimento agora é da moto Honda CB500. Com
as modificações feitas e tudo em seu devido
lugar, era hora de pintar o veículo e para fazer
o Omega se destacar ainda mais a pintura foi dividida
por um striping dourado com efeitos de aerografia. A parte
de cima (capô, teto, porta-malas) recebeu uma pintura
em tom de cinza conhecida como Marblizer. Abaixo da divisão,
aprecia-se um vermelho Kandy Aplle com base prata. O verniz
Chroma da Dupont dá o brilho necessário.
A suspensão a ar nas quatro rodas conta com bolsas
Firestone fole 25 na traseira e fole 26 na dianteira,
que em conjunto com o compressor cromado que tomou conta
de parte do porta-malas, faz com que a grande carroceria
do Omega quase encoste no chão, engolindo em parte
as rodas Binno B1000 de 18” calçadas com
pneus Yokohama AVS 550 Sportline de medidas 235/40-18”
e atualmente, rodas Mangels Driver de 18" e pneus
Dunlop SP Sport 9000 - 235/40-18".
O motor permaneceu original. Apenas um chip de potência
foi instalado visando mais agilidade para o peso extra
dos acessórios incorporado. A tampa de válvulas,
a barra anti-torção e algumas outras peças
receberam um tratamento cromo para agregar mais visual
ao motor que fora revisado a pouco tempo.
Internamente o que mais chama a atenção
é a cor e o trabalho empregado no painel do Omega.
Com o painel completamente vermelho, vários manômetros
foram acrescidos para monitorar melhor o motor e a suspensão
a ar. O painel original foi descartado e em seu lugar
o Omega ostenta um tacômetro e velocímetro.
Ao lado estão os manômetros de pressão
do óleo, vacuômetro, pressão de combustível,
shift-ligth, indicadores, marcador de combustível
e temperatura do motor da linha Racing da Cronomac. Todos
os botões receberam pintura prata e acabamento
vermelho. A tampa do porta-luvas foi remodelada e recebeu
um crossover cromado CR-82 da Pyramid para o som. O volante
é da Shutt modelo RCS-W vermelho e a manopla de
câmbio, pedaleiras e manopla de freio-de-mão
são da X-Race e são amparados por tapetes
em borracha da marca Grip. Instalados na coluna estão
os manômetros da suspensão a ar e um hallmeter
da Beast Racing.
As portas foram personalizadas em fibra de vidro e revestidas
com couro sintético para acomodarem dois kits componentes
da Roadstar de 70Wats RMS em cada uma das portas dianteiras
e um kit nas portas traseiras. Nessa mudança os
puxadores originais saíram de cena e em seus lugares
entraram outros puxadores embutidos com acabamento cromado.
Os bancos foram revestidos em couro bicolor na Estof.
A beleza interior desse Omega além de ser vista,
pode ser ouvida. O responsável para comandar a
orquestra é uma unidade Pioneer DEH-P6800 ligada
ao DVD Boss 2500 localizado no porta-luvas que envia sinais
para uma tela retrátil Napoli no painel central,
duas telas Booster de 7” nos encostos de cabeça
dos bancos dianteiros e uma tela de 5,6” da Power
Acoustik no porta-malas. A unidade central controla ainda
os quatro subwoofers de 12” da Piooner instalados
invertidos no porta-malas que recebem o auxílio
de um módulo digital Roadstar 1200D. Para comandar
os médios e os agudos, dois módulos digitais
da Power Acoustik modelos SPX-800. Para agüentar
o tranco do som ligado no máximo, dois capacitores
digitais de 1.5 farad fazem as vezes e ainda ajudam a
conferir um visual bastante particular ao porta-malas.
O sistema é alimentado por duas baterias e os terminais
são banhados a ouro com voltímetro integrado.
Mesmo com tanta modificação este Chevrolet
pode rodar tranquilamente pelas ruas brasileiras, pois
foi completamente regularizado. Mais que simplesmente
misturar peças, Diogo mostra que é possível
ousar sem estragar o veículo bastando ter bom gosto
e criatividade tornando sua mistura cada vez mais exclusiva.
Texto: Rafael Souza | Fotos: Rodrigo Lira